quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pasto Florido


Pasto florido - um poema de Luís Costa

Os abutres vão desenhando
Círculos negros no ar,
Enquanto as hienas, salivando,
Vão espreitando
A hora certa de atacar.
Na planura descampada,
Confiante e distraída,
Vai pastando a manada,
Submissa e condenada
Ao fero ciclo da vida!
Neste pasto florido,
Quem não come... é comido!
Um leve cicio do vento
Traz o perigo em segredo!
E o cheiro pestilento
Daquele bando sangrento
Semeia, no pasto, o medo!
A bicharada mais esperta,
Recuando acobardada,
Aninha-se, pela certa,
No centro, que se aperta,
Do denso corpo da manada!
Neste pasto florido,
Quem não come... é comido!
A ala mais destemida,
Valente e denodada,
Enfrenta a trupe bandida,
Pagando, com a própria vida,
A vida da bicharada!
E uma raposa astuta,
Lá no cimo, nas alturas,
Vai brandindo a batuta,
Redesenhando na luta
Mais intrigas e urdiduras.
Neste pasto florido,
Quem não come... é comido!

Luís Costa

2 comentários:

Mário Margaride disse...

Olá Safira!

Excelente este poema. De facto, a vida é um circo de feras, onde somos simultâneamente, presas e predadores.

Um excelente fim de semana!

Beijinhos

Mário

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá Safira, pela mão do meu amigo Mário Margaride, cheguei aqui e que encontro, um poema fantástico... Os meus sinceros Parabéns!... Bom Domingo e deixo beijinhos.
Fernandinha